terça-feira, 14 de outubro de 2008

Educação educação educação

Sou apaixonada por educação. Fiz mestrado na área, minhas mais apaixonantes reportagens são sobre educação, e meu sonho é, um dia, trabalhar exclusivamente com isso. Hoje, estive no IPEA (será meu futuro emprego???) e conversei com o diretor de pesquisas sociais sobre uma pesquisa que ele estava apresentando: os números (lastimáveis) da educação no Brasil. Eu disse para ele que sempre fico deprimida ao ver a barbaridade que é a educação brasileira, em pleno ano 2008 com 10% da população analfabeta... E aqueles que não sabem mais do que "butá o nome nu papel" são considerados alfabetizados. Tenho vontade de chorar.
Estou sendo a professora auxiliar numa turma de alfabetização de adultos no Varjão, favela aqui de Brasília. Tem alguns alunos que me fazem vibrar, pois cada conquista é um sucesso e motivo de palmas. Mas tem dois alunos, uma mulher e um homem, dois irmãos, vindos do interior da Bahia, que me dão ganas de chorar quando a aula acaba. Sinto um cansaço inominável. Eles não aprendem, não conseguem repetir uma letra que acabamos de falar, simplesmente não avançam. E é grande o esforço, tanto deles, quanto meu e da professora. Me bate uma tristeza de saber que a falta de comida, incentivo e oportunidade produz milhares de pessoas como eles no nosso país. Pessoas que não sabem quantos anos têm, não sabem os dias da semana nem os meses do ano. Fico pensando o tanto que eles são enganados por aí. E seguem sua vida, rindo, como se nada estivesse acontecendo. Eu torço por eles mas às vezes desanimo. E venho aqui, contar para vocês esse medo do fracasso. Para eles, não falo disso. Todo dia, conto uma história linda para incentivá-los a seguir adiante no sonho da educação. Quem sabe...

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